CRASE: CRASE FACULTATIVA

  CRASE FACULTATIVA


Diante de pronomes possessivos femininos no singular quando o termo regente exigir a preposição “a”.
EXEMPLOS
    Ele desistiu de viajar devido a/à sua doença.
    Jamais ele fez referências a/à tua família.
    Era fundamental que o adolescente não desobedecesse a/à nossa ordem.

OBSERVAÇÕES
    Se o possessivo estiver no plural, não mais haverá um caso de crase facultativa. Existirão apenas duas formas para se construir a estrutura.
        Não foram dadas muitas oportunidades de emprego a/às nossas amigas de formatura.
        Ninguém ofendeu a/às vossas irmãs.

    Caso o possessivo feminino se refira a um substantivo elíptico (oculto), a crase será obrigatória.
        Ele não se referiu a/à tua proposta, mas sim à minha. (proposta=oculta)
        Aludiram Illustration sua opinião sobre o caso. Convém agora que eles façam alusão às nossas.(opnião=oculta)

Diante da preposição “até”, uma vez que esta preposição pode aparecer sob a forma da locução “até a”.
EXEMPLOS
    Emocionado, ele se comoveu até as/às lágrimas.
    Ao ouvir a campainha, imediatamente foi até a/à porta
    Dirigiu-se até as/ás autoridades policiais para relatar o caso.

OBSERVAÇÕES
    Não confundir as preposições “até / até a”, as quais indicam “deslocamento, movimento, ação”, com a palavra denotativa de inclusão “até”, a qual tem o sentido de “inclusive”.
        Na formatura, foi até a/à plateia e prestou homenagens à mãe, às professoras, à diretora, até à zeladora.

    Não ocorrerá a crase se outra preposição for usada que não seja a preposição “a” (lembre-se de que “até a” é uma locução prepositiva e não a junção de duas preposições).
    Não ocorrerá se for usada outra preposição (ante, após, com, conforme, contra, desde, durante, entre, mediante, para, perante, sob, sobre, segundo, por exemplo), já que a existência de uma preposição exclui o aparecimento de outra.
        “Não achava outra espécie em que, mediante a intenção, tudo se cumprisse...” (Machado de Assis)
        “— Não admito! O incesto é contra a moral, gritou Lúcia.” (José de Alencar)
        “Dominante sobre a várzea que se estende para sudeste, com a linha de cumeadas quase retilínea, o seu enorme paredão...” (Euclides da Cunha)
        “Desde a entrada dos dois, a casa de Rita esquentou.” (Aluísio Azevedo)
        “Custeou o tratamento de ambos; e, quando foi dispensado da comissão da avenida, pouco após a morte de ambos, pouco ou nada tinha.” (Lima Barreto)

Diante de nomes próprios femininos, quando o termo regente exigir a preposição “a”. Como se sabe, os nomes de pessoas na Língua Portuguesa podem ou não vir antecedidos de um artigo. A colocação do artigo denota afetividade, proximidade, intimidade.
EXEMPLOS
    Em seu discurso, ele fez referências a/à Joana e a/à Maria
    A/À Fernanda deixou minha gratidão por tudo que ela fez.